Operadoras de 5G no Brasil – Quem tem disponível?

O Ministério de TIC do Brasil realizou recentemente uma consulta para obter informações de todos os segmentos da sociedade para a elaboração de uma estratégia 5G.

O objetivo era estabelecer a base de uma política com um diagnóstico dos desafios, uma visão das potencialidades e um mapa das oportunidades que oferece 5G no país. Espera-Se um leilão de espectro 5G para o primeiro semestre de 2020.

A consulta terminou a 31 de julho, mas as contribuições apresentadas pelos principais atores da indústria foram publicadas há pouco pelo governo.

Telefônica Brasil

Telefônica Brasil lembrou que, espera-se que 5G forneça níveis de latência e velocidade sem precedentes e aplicativos grandes a internet das coisas (IoT), o que exigirá a expansão das redes de acesso e transporte.

A empresa pediu políticas públicas que estimulem os investimentos, reduzir os custos e garantir a segurança jurídica, da indústria, juntamente com uma revisão dos impostos aplicados às telecomunicações.

Especificamente, Telefônica pediu um leilão menos focada em obter recursos para os cofres públicos, com preços de espectro reduzido e condições competitivas.

A companhia reiterou os chamados de processos de despacho para a emissão de permissões de antenas, a nível municipal, estadual e federal.

Particularmente, Telefônica defendeu a flexibilização das regras de neutralidade da rede e a luz de uma possível necessidade de priorizar o tráfego de rede no caso de serviços críticos habilitados para IoT, como saúde eletrônica e os automóveis autônomos.

Claro

Claro, da América Móvil, destacou-se também a necessidade de preservar a segurança jurídica para os investimentos que irão realizar as empresas com a aquisição de frequências.

Para Claro, o regulador, a Anatel terá que resolver o problema da interferência entre os serviços de telefonia móvel e via satélite na faixa de 3.5 GHz, que é uma das freqüências que se oferecerão para 5G.

Por isso, a empresa pediu que os termos da licitação contemplem formas de mitigar essa interferência, indiquem quem arcará com os custos e demonstrem como é realizado este processo.

Como Vivo, a operadora exige uma concessão mais rápida e menos burocrática de permissões de antenas, e insiste em que a lei federal de antenas aprovada, em 2015, deverá ser aplicada a nível municipal, pois 5G exigirá muito mais antenas do que as tecnologias anteriores.

Sobre os impostos, Claro defendeu a isenção da taxa Fistel para as aplicações M2M e IoT.

A empresa pediu, além disso, uma mudança na lei que rege os fundos de telecomunicações como FUST, de forma que possam ser usados para financiar a expansão de redes em áreas remotas e rurais.

TIM

TIM se alinhou com seus pares nos temas de impostos, antenas e fundos de telecomunicações.

Em particular, a operadora controlada pela Telecom Italia disse que a implantação de células pequenas, deve ser incentivada com medidas governamentais, já que a equipa é a chave para ajudar com a densificação do sinal e o aumento da cobertura.

TIM solicitou “preços justos” para a passagem de infra-estrutura de telecomunicações, cabos em dutos, valas e postes, juntamente com o de defender os objetivos para a implementação de backhauls de fibra municípios.

O operador pediu também formas de incentivar a partilha de infra-estrutura passiva entre os provedores de telecomunicações —TIM assinou recentemente um acordo com a Vivo— e defendeu o uso de soluções de código aberto em redes 5G.

Oi

Com a sua participação no leilão ainda incerta, devido à sua situação financeira, a carioca Oi disse que as frequências de espectro devem ser “economicamente acessíveis”.

Segundo a empresa, 5G exigirá bandas em três faixas de radiofrequência, que se consideram essenciais para fornecer uma ampla cobertura e dar suporte a todas as formas de uso: bandas inferiores a 1 ghz, entre 1GHz e 6 GHz e superiores a 6 ghz, também conhecidas como bandas de onda milimétrica.

Neste sentido, a Oi pediu a oferta de fragmentos de espectro mais grandes por operador.

Oi solicitou que o espectro disponível para 5G seja capaz de satisfazer as necessidades inerentes de largura de banda da tecnologia, assim como servir a todos os operadores nacionais para evitar perdas nos níveis atuais de concorrência para a indústria”.

Oi foi o único dos operadores nacionais que não lance oferecido no leilão de 700 mhz de 2014.